[Artigos de opinião] Transgenia: um mal necessário?
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TRANSGENIA: UM MAL NECESSÁRIO? [1]
Domenico Marcelo Raffaele[2]
Fernanda Hart Weber e Luciane Sippert[3]
[1] Artigo de opinião escrito no Componente Curricular “ Produção textual, ”.
[2] Acadêmico do Curso de Agronomia – 4º Semestre – UERGS - Três Passos.
[3] Professora-orientadora.
Confiar em tecnologias que ainda estão em fase de evolução é uma decisão que gera bastante discussão, principalmente quando a tecnologia está diretamente relacionada com nossa saúde, que neste caso é a alimentação direta ou indireta derivada dos organismos geneticamente modificados (OGM), que são favorecidos por características desejadas a partir da manipulação genética ou alimentos transgênicos (TRANS), que recebem DNA de outros organismos, mesmo de espécies diferentes. Este é um assunto mundialmente debatido nos últimos tempos, visto que a transgenia ainda é uma ferramenta sem fundamentações científicas totalmente seguras quanto aos aspectos de respostas da utilização de OGM e TRANS. Não somente na saúde dos organismos, mas também em sua interação com o agroecosistema, considerando que os efeitos dessas modificações são desconhecidos quando sujeitos ao poder da maestria genética e do tempo que é um fator intrínseco de cada organismo e sem possibilidades de controle total por parte dos pesquisadores. Compreender a necessidade de se passar por esse período cego dos efeitos desses organismos é fundamental para colhermos as informações necessárias para evolução dessa tecnologia.
A melhoria da produção de alimentos e fibras está completamente vinculada à utilização de OGM. Isso devido às alterações genéticas que possibilitam recursos variados como resistência a pragas e doenças, aumento na produtividade, maior tempo de vida pós-colheita ou características mais simples como mudanças físicas que contribuam para maior aceitabilidade do produto como cor e forma, mesmo sem conhecer quais os riscos que essas modificações podem gerar. Dessa forma, como se trata de uma tecnologia relativamente nova, a utilização de OGM ainda não possui respostas concretas quando fala se de segurança e soberania alimentar, que prezam pela saúde do Homem e seu direito de decisão sobre as politicas agrícolas e alimentares.
A produção de OGM e TRANS seguem padrões internacionais de segurança e fiscalização para poderem ser liberadas para o comercio e entidades como a Organização Mundial de Saúde e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura definem esses padrões. No Brasil, a Comissão Técnica de Biossegurança (CNTBio) é responsável pela análise técnica dos OGM e TRANS quanto sua segurança. Porém estudos diversos relatam que produtos geneticamente modificados podem causar de alergias a resistência a antibióticos ou até mesmo mutações gênicas responsáveis pela grande quantidade de casos de câncer hoje no mundo, sem falar na resposta dos organismos que interagem com meio ambiente e os modificam podendo causar sobreposição de espécies e perda de características que antes eram observadas somente em organismos originais e é dentro dessa falta de informações que somente são obtidas a longo prazo através de pesquisas cientificas que permanecemos na dubiedade da segurança de utilização de produtos geneticamente modificados.
A mutação genética induzida ainda está dando seus primeiros passos e se aventurar nessa experimentação científica tendo como “cobaias” a população, de maneira alguma é bem visto ou soa bem. No entanto, é racional compreender que a necessidade de se passar por esta fase de evolução científica, visto que as vantagens e consequências dos efeitos da transgenia estão vinculados ao tempo e à sua interação com a biosfera que gerará assim os resultados necessários para avaliação mais precisa e eficaz dos efeitos da aplicação dessa tecnologia somado à novas tecnologias disponíveis nos tempos vindouros.