[PAPER] Praia liberal
[1]Paper do projeto de extensão da unidade de Frederico Westphalen relativo à disseminação de informações sobre o Coronavírus (COVID-19).
[3]Acadêmica do 3º Semestre do Curso
de Administração Pública da Uergs Frederico Westphalen.
[4]Professor Adjunto no Curso de Administração Pública da Uergs Frederico Westphalen.
[5]Professora Adjunta e Coordenadora do Curso de Administração Pública da Uergs Frederico Westphalen.
[4]Professor Adjunto no Curso de Administração Pública da Uergs Frederico Westphalen.
[5]Professora Adjunta e Coordenadora do Curso de Administração Pública da Uergs Frederico Westphalen.
Verifica-se
os primeiros esforços neoliberais¹ no
Brasil no final dos anos 1980, quando se associou o Estado às crises de décadas
anteriores, por conta de sua deficiência operacional, custo elevado e
dificuldade de acompanhar a modernização que se ascendia no mundo. Seus
primeiros sinais provocaram a privatização de estatais e o investimento na
terceirização de serviços. Porém, para a população, vieram as consequências desfavoráveis
de medidas adotadas e inspiradas pelos governos capitalistas, que não somente flexibilizaram
que sociedades, associações e grandes empresas adquirissem mais poder sobre o círculo
da economia, como também privatizassem empresas públicas.
O
verão de 2018 se aproximava, e com ele a “nova” promessa de uma agenda liberal.
Boa parte dos brasileiros aspirava à proposição de que o país tomasse veredas de
autonomia e liberdade econômica. Nem todos tinham a recordação do verão de 1990,
quando a agenda neoliberal foi posta em prática, mas não foi tão eficaz, nem
ofereceu as melhores “férias” ao país. As ondas neoliberais que novamente
levantaram-se ganhavam magnitude em cima dos índices otimistas de políticas e
emprego.
No
outono de 2020, uma nova crise se estabelece no país, denominada como o novo
coronavírus, causador da Covid-19, uma doença biológica que tão pouco se
entende, mas que ao
se espalhar pelas ruas brasileiras, se habilita a deixar rastros de desespero e
instaurar o medo nas pessoas. Para fazer frente à situação, o governo busca
regrar a disseminação, acatando a novos sistemas de modelos econômicos e
sociais, de forma que se possa conter o vírus e, ao mesmo tempo, a situação
deplorável a que pode chegar a economia nacional. Ou seja, a fim de manter os
empregos e a funcionalidade de postos, as administrações públicas do país
buscam transformar os prejuízos já causados e o possível holocausto sanitário e
econômico aderindo ao máximo a outro sistema econômico que anteriormente já
havia sido julgado e renegado pela sociedade, contudo, hoje se torna o mais
potente e fiel àqueles que estão frágeis à nova pandemia.
O
neoliberalismo era caracterizado, até então, como uma doutrina que preza pela
liberdade do mercado financeiro e a não intervenção do Estado na economia,
sendo ela, quando necessário, mínima. Entretanto, é notório que em tempos de
pandemia, a administração pública brasileira tem como principal meio a
intervenção na economia, aprovando projetos que assegurem financeiramente
trabalhadores informais e sua saúde para além de uma quantia substancial de
investimento no setor privado, visando a sua manutenção. Tendo em vista o que antes
era descrito como uma doutrina aclamada e requisitada por muitos brasileiros, o
sistema liberal atualmente é visto como inepto para as soluções dos problemas
causados pela disseminação do vírus no país, uma vez que o Estado precisa
intervir na economia e, ainda, recrutar reforços de entidades privadas, lhes dando
mais margem, recomeçando, assim, o ciclo.
O
pressuposto fim do neoliberalismo pode acarretar uma mudança positiva em tempos
de crise global, fazendo com que haja investimentos provenientes da intervenção
do Estado na economia e no mercado, mostrando que além de assegurar financeiramente
os cidadãos em casa, previne também o aumento gradativo dos índices de
desemprego e da possível perda da capacidade produtiva das empresas com a
pandemia no Brasil. A partir da deliberação de projetos e decretos que
propiciam uma renda mínima àqueles que dependem severamente do movimento no comércio,
dá-se por necessário e indispensável a intervenção estatal, enfatizando que
deve garantir benefícios aos cidadãos em tempos de pandemia. Portanto, é
preciso que haja uma mudança no sistema econômico em tempos de crise de
dimensão global, para que assim seja garantido a todos, sem exceção, segurança,
saúde pública e renda, reconhecendo igualmente que o Estado terá o seu espaço na
vida social e econômica de nosso país, independentemente do sistema político-econômico.
¹O neoliberalismo se
caracteriza pela retomada dos preceitos do liberalismo econômico amplamente
divulgados internacionalmente até a crise de 1929 e que pressupõe menor
intervenção do Estado na economia.