[PAPER] Praia liberal



                                                                                                            Alessandro Kruel  [2] 
                                                                                                 Eduarda Nataly Siqueira [3]
                                                                                                                   Samba Sané  [4]
                                                                                                     Karine Daiane Zingler [5]
                                                                                                                                           

[1]Paper do projeto de extensão da unidade de Frederico Westphalen relativo à disseminação de informações sobre o Coronavírus (COVID-19).
[2]Acadêmico do 5° Semestre do Curso de Administração Pública da Uergs Frederico Westphalen.
[3]Acadêmica do 3º Semestre do Curso de Administração Pública da Uergs Frederico Westphalen.
[4]Professor Adjunto no Curso de Administração Pública da Uergs Frederico Westphalen.
[5]Professora Adjunta e Coordenadora do Curso de Administração Pública da Uergs Frederico Westphalen.

Verifica-se os primeiros esforços neoliberais¹ no Brasil no final dos anos 1980, quando se associou o Estado às crises de décadas anteriores, por conta de sua deficiência operacional, custo elevado e dificuldade de acompanhar a modernização que se ascendia no mundo. Seus primeiros sinais provocaram a privatização de estatais e o investimento na terceirização de serviços. Porém, para a população, vieram as consequências desfavoráveis de medidas adotadas e inspiradas pelos governos capitalistas, que não somente flexibilizaram que sociedades, associações e grandes empresas adquirissem mais poder sobre o círculo da economia, como também privatizassem empresas públicas.
O verão de 2018 se aproximava, e com ele a “nova” promessa de uma agenda liberal. Boa parte dos brasileiros aspirava à proposição de que o país tomasse veredas de autonomia e liberdade econômica. Nem todos tinham a recordação do verão de 1990, quando a agenda neoliberal foi posta em prática, mas não foi tão eficaz, nem ofereceu as melhores “férias” ao país. As ondas neoliberais que novamente levantaram-se ganhavam magnitude em cima dos índices otimistas de políticas e emprego.
No outono de 2020, uma nova crise se estabelece no país, denominada como o novo coronavírus, causador da Covid-19, uma doença biológica que tão pouco se entende, mas que ao se espalhar pelas ruas brasileiras, se habilita a deixar rastros de desespero e instaurar o medo nas pessoas. Para fazer frente à situação, o governo busca regrar a disseminação, acatando a novos sistemas de modelos econômicos e sociais, de forma que se possa conter o vírus e, ao mesmo tempo, a situação deplorável a que pode chegar a economia nacional. Ou seja, a fim de manter os empregos e a funcionalidade de postos, as administrações públicas do país buscam transformar os prejuízos já causados e o possível holocausto sanitário e econômico aderindo ao máximo a outro sistema econômico que anteriormente já havia sido julgado e renegado pela sociedade, contudo, hoje se torna o mais potente e fiel àqueles que estão frágeis à nova pandemia.
O neoliberalismo era caracterizado, até então, como uma doutrina que preza pela liberdade do mercado financeiro e a não intervenção do Estado na economia, sendo ela, quando necessário, mínima. Entretanto, é notório que em tempos de pandemia, a administração pública brasileira tem como principal meio a intervenção na economia, aprovando projetos que assegurem financeiramente trabalhadores informais e sua saúde para além de uma quantia substancial de investimento no setor privado, visando a sua manutenção. Tendo em vista o que antes era descrito como uma doutrina aclamada e requisitada por muitos brasileiros, o sistema liberal atualmente é visto como inepto para as soluções dos problemas causados pela disseminação do vírus no país, uma vez que o Estado precisa intervir na economia e, ainda, recrutar reforços de entidades privadas, lhes dando mais margem, recomeçando, assim, o ciclo.
O pressuposto fim do neoliberalismo pode acarretar uma mudança positiva em tempos de crise global, fazendo com que haja investimentos provenientes da intervenção do Estado na economia e no mercado, mostrando que além de assegurar financeiramente os cidadãos em casa, previne também o aumento gradativo dos índices de desemprego e da possível perda da capacidade produtiva das empresas com a pandemia no Brasil. A partir da deliberação de projetos e decretos que propiciam uma renda mínima àqueles que dependem severamente do movimento no comércio, dá-se por necessário e indispensável a intervenção estatal, enfatizando que deve garantir benefícios aos cidadãos em tempos de pandemia. Portanto, é preciso que haja uma mudança no sistema econômico em tempos de crise de dimensão global, para que assim seja garantido a todos, sem exceção, segurança, saúde pública e renda, reconhecendo igualmente que o Estado terá o seu espaço na vida social e econômica de nosso país, independentemente do sistema político-econômico.




¹O neoliberalismo se caracteriza pela retomada dos preceitos do liberalismo econômico amplamente divulgados internacionalmente até a crise de 1929 e que pressupõe menor intervenção do Estado na economia.

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