Em
meio a pandemia mundial ocasionada pelo COVID-19, estamos repletos de
incertezas sobre o futuro, e sabemos também que esta trará mudanças no
comportamento das pessoas, fazendo-as valorizar diversos setores que mantém o
funcionamento do Brasil. Nesse contexto, é notável a importância da ciência,
principalmente na área da saúde, para assim solucionar ou minimizar os impactos
ocasionados pelo COVID-19. Praticamente todos os setores da sociedade estão
sendo afetados pela crise instalada, muitos suspenderam suas atividades, outros
já fecharam as portas frente a crise financeira. No entanto, o setor
agropecuário, popularmente conhecido como o AGRO, às vezes tão pouco valorizado
e que recebe diversas críticas, continua com suas atividades rotineiras, com
árduo trabalho para produzir os alimentos que irão alimentar a população. Você
conhece a importância deste setor na economia do país?
Certamente em algum momento você viu
fotos com a frase “#oagronãopara”, “Agro é tech, agro é pop, agro é tudo” e/ou
“Agro: a indústria-riqueza do Brasil”. Essa terminologia “agro” está sendo
usada referindo-se ao agronegócio, que corresponderia a qualquer atividade
agropecuária, seja no ramo de hortifruti, grãos, leite, carnes e derivados. É
uma campanha de marketing onde os adeptos criaram uma rede de comunicação para
expressar sua paixão pelo trabalho. Deixando de lado a importância midiática
deste termo, devemos elencar esse sistema como um pilar fundamental para o
desenvolvimento das sociedades. Mark Richard Shuttleworth o fundador da
Canonical Ltd., desenvolvedora do sistema operacional de computadores mais
completo existente, segundo o site Techtudo, afirma que “Não há possibilidade
de fazer ciência, desenvolvimento tecnológico, sem a presença de aspectos
econômicos, sociais e do setor agrícola”. Eis um exemplo da importância deste
setor para o país. Mas, se por um único dia em meio esta Pandemia, o “agro”
contrariar a sua campanha, e resolver parar, você já imaginou o que
aconteceria?
Diferente
da maquinaria industrial, o setor não pode ser “desligado”, não existe um
“botão” que “para” o desenvolvimento das plantas ou dos animais, pois são
ciclos naturais e fisiológicos, e demandam muito tempo e cuidado. Segundo a
Universidade de São Paulo (USP), o setor agropecuário gerou cerca de 18,37
milhões de empregos só no segundo trimestre de 2019. É responsável também, por
garantir o emprego de técnicos, agrônomos, diaristas, caminhoneiros,
auxiliares, e muitos outros que escoam a produção, movimentam a indústria de
equipamentos, as distribuidoras logísticas de alimentos, supermercados,
frigoríficos, agroindústrias, entre outros.
O
arroz, o feijão, a farinha, a carne, o óleo, frutas e verduras, dentre outros
produtos essenciais que compõem a cesta básica dos brasileiros, tem ligação
direta com os agricultores familiares e somente são possíveis graças aos
produtores rurais que trabalham dia a dia, sol a sol com amor à terra para que
nós brasileiros tenhamos uma alimentação rica, saudável, diversificada e
composta. A agropecuária e a agroindústria formam um dos segmentos mais
complexos e dinâmicos da economia brasileira. O Brasil, atualmente ocupa o 1º
lugar no mundo em produção de café, cana de açúcar, laranja, soja; 2º lugar na
produção de aves e bovinos; 3º na produção de milho; 4º na produção de suínos e
equinos. A agricultura familiar é a principal produtora desses alimentos, pois
produz cerca de 70% dos alimentos consumidos no país. O excedente, grande parte
da produção, é destinado para exportação, sendo também o Brasil um dos maiores
exportadores do mundo, gerando divisas internacionais. O AGRO representa 23% do
produto interno bruto (PIB), corresponde a 42% das exportações e 37% dos
empregos do Brasil.
Algum
visionário desconhecido rebateu as críticas ao agro, com umas das frases,
talvez a mais emblemática, ao expressar que “em um piscar de olhos, aquilo que
era visto como um vilão, transforma-se em um herói”. Apesar das dificuldades,
como os demais setores, o AGRO também sofre devido à crise instaurada
mundialmente por conta da pandemia, o alto custo das sementes, insumos e
cuidados com a plantação, bem como pouco valor agregado e pago pelo produto
final é um dos grandes problemas no momento. A falta do recurso hídrico no sul
do país, nesta última safra de verão, trouxe prejuízos bilionários. Mas nem por
isso o agricultor parou ou desistiu de seu árduo trabalho. Você que é especialmente
agricultor, saibas que tem um papel fundamental na economia do país, ainda mais
importante neste momento, em tempos de crise. Que todos possam ter o espírito
de ajuda mútua, com a união prevalecendo, para que tenhamos força para
continuar a lutar pela manutenção do AGRO. O campo precisa da cidade e a cidade
do campo! Um é dependente do outro para sobreviver.
Agora
que você já sabe da importância da agricultura na economia do país, lembre-se:
lave e higienize as mãos regularmente, evite aglomerações, use máscara ao sair
ou frequentar outros lugares, fique em casa, se você puder, e proteja-se! Unidos
seremos mais fortes e venceremos mais essa. Logo, logo, tudo vai passar.
#oagronãopara
Prof. Dr. Marciel Redin (Uergs) |
Prof.Dr. Mastrângello Enivar Lanzanova (Uergs) |
Acadêmica do Curso de Agronomia da Uergs, Unidade em Três Passos, Scheila Bones |
Acadêmico do Curso de Agronomia da Uergs, Unidade em Três Passos, Andersson Steffler
Acadêmico do Curso de Agronomia da Uergs, Unidade em Três Passos, Rodrigo Rotili.
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