maio 22, 2020




Em meio a pandemia mundial ocasionada pelo COVID-19, estamos repletos de incertezas sobre o futuro, e sabemos também que esta trará mudanças no comportamento das pessoas, fazendo-as valorizar diversos setores que mantém o funcionamento do Brasil. Nesse contexto, é notável a importância da ciência, principalmente na área da saúde, para assim solucionar ou minimizar os impactos ocasionados pelo COVID-19. Praticamente todos os setores da sociedade estão sendo afetados pela crise instalada, muitos suspenderam suas atividades, outros já fecharam as portas frente a crise financeira. No entanto, o setor agropecuário, popularmente conhecido como o AGRO, às vezes tão pouco valorizado e que recebe diversas críticas, continua com suas atividades rotineiras, com árduo trabalho para produzir os alimentos que irão alimentar a população. Você conhece a importância deste setor na economia do país?
            Certamente em algum momento você viu fotos com a frase “#oagronãopara”, “Agro é tech, agro é pop, agro é tudo” e/ou “Agro: a indústria-riqueza do Brasil”. Essa terminologia “agro” está sendo usada referindo-se ao agronegócio, que corresponderia a qualquer atividade agropecuária, seja no ramo de hortifruti, grãos, leite, carnes e derivados. É uma campanha de marketing onde os adeptos criaram uma rede de comunicação para expressar sua paixão pelo trabalho. Deixando de lado a importância midiática deste termo, devemos elencar esse sistema como um pilar fundamental para o desenvolvimento das sociedades. Mark Richard Shuttleworth o fundador da Canonical Ltd., desenvolvedora do sistema operacional de computadores mais completo existente, segundo o site Techtudo, afirma que “Não há possibilidade de fazer ciência, desenvolvimento tecnológico, sem a presença de aspectos econômicos, sociais e do setor agrícola”. Eis um exemplo da importância deste setor para o país. Mas, se por um único dia em meio esta Pandemia, o “agro” contrariar a sua campanha, e resolver parar, você já imaginou o que aconteceria?
Diferente da maquinaria industrial, o setor não pode ser “desligado”, não existe um “botão” que “para” o desenvolvimento das plantas ou dos animais, pois são ciclos naturais e fisiológicos, e demandam muito tempo e cuidado. Segundo a Universidade de São Paulo (USP), o setor agropecuário gerou cerca de 18,37 milhões de empregos só no segundo trimestre de 2019. É responsável também, por garantir o emprego de técnicos, agrônomos, diaristas, caminhoneiros, auxiliares, e muitos outros que escoam a produção, movimentam a indústria de equipamentos, as distribuidoras logísticas de alimentos, supermercados, frigoríficos, agroindústrias, entre outros.
O arroz, o feijão, a farinha, a carne, o óleo, frutas e verduras, dentre outros produtos essenciais que compõem a cesta básica dos brasileiros, tem ligação direta com os agricultores familiares e somente são possíveis graças aos produtores rurais que trabalham dia a dia, sol a sol com amor à terra para que nós brasileiros tenhamos uma alimentação rica, saudável, diversificada e composta. A agropecuária e a agroindústria formam um dos segmentos mais complexos e dinâmicos da economia brasileira. O Brasil, atualmente ocupa o 1º lugar no mundo em produção de café, cana de açúcar, laranja, soja; 2º lugar na produção de aves e bovinos; 3º na produção de milho; 4º na produção de suínos e equinos. A agricultura familiar é a principal produtora desses alimentos, pois produz cerca de 70% dos alimentos consumidos no país. O excedente, grande parte da produção, é destinado para exportação, sendo também o Brasil um dos maiores exportadores do mundo, gerando divisas internacionais. O AGRO representa 23% do produto interno bruto (PIB), corresponde a 42% das exportações e 37% dos empregos do Brasil.
Algum visionário desconhecido rebateu as críticas ao agro, com umas das frases, talvez a mais emblemática, ao expressar que “em um piscar de olhos, aquilo que era visto como um vilão, transforma-se em um herói”. Apesar das dificuldades, como os demais setores, o AGRO também sofre devido à crise instaurada mundialmente por conta da pandemia, o alto custo das sementes, insumos e cuidados com a plantação, bem como pouco valor agregado e pago pelo produto final é um dos grandes problemas no momento. A falta do recurso hídrico no sul do país, nesta última safra de verão, trouxe prejuízos bilionários. Mas nem por isso o agricultor parou ou desistiu de seu árduo trabalho. Você que é especialmente agricultor, saibas que tem um papel fundamental na economia do país, ainda mais importante neste momento, em tempos de crise. Que todos possam ter o espírito de ajuda mútua, com a união prevalecendo, para que tenhamos força para continuar a lutar pela manutenção do AGRO. O campo precisa da cidade e a cidade do campo! Um é dependente do outro para sobreviver.
Agora que você já sabe da importância da agricultura na economia do país, lembre-se: lave e higienize as mãos regularmente, evite aglomerações, use máscara ao sair ou frequentar outros lugares, fique em casa, se você puder, e proteja-se! Unidos seremos mais fortes e venceremos mais essa. Logo, logo, tudo vai passar.
 #oagronãopara

Prof. Dr. Marciel Redin (Uergs)

      Prof.Dr. Mastrângello Enivar Lanzanova   (Uergs) 


Acadêmica do Curso de Agronomia da Uergs, Unidade em Três Passos, Scheila Bones


Acadêmico do Curso de Agronomia da Uergs, Unidade em Três Passos, Andersson Steffler

Acadêmico do Curso de Agronomia da Uergs, Unidade em Três Passos, Rodrigo Rotili.



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