A música na Educação

A música na Educação
Texto publicado no Jornal Novo Noroeste em 18 de Março de 2016
A música é um bem cultural e seu conhecimento não deveria ser privilégio de pouco. Em sala de aula, além de trazer alegria, motivação e ser uma experiência estética, ela contribui para o desenvolvimento da inteligência e a integração do ser.

Ao favorecer a aprendizagem, tornando o ambiente escolar mais alegre e receptivo, a música favorece o desenvolvimento cognitivo/ linguístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança. Para Howard Gardner, na teoria das inteligências múltiplas, há vários motivos pelos quais a música deva ser melhor considerada no currículo escolar, dentre estes, destacam-se o estabelecimento da harmonia pessoal, a integração, a inclusão social e o equilíbrio psicossomático.

Para tanto, é muito importante que a escola oportunize a convivência com diferentes gêneros musicais, apresentando novos estilos, analisando os ritmos e letras das músicas, proporcionando o desenvolvimento da criticidade e da criatividade.

A música é uma linguagem universal e existem diversas definições para música. Mas, de um modo geral, ela é considerada ciência e arte, na medida em que as relações entre os elementos musicais são relações matemáticas e físicas; a arte manifesta-se pela escolha dos arranjos e combinações. No dicionário Houaiss, encontraremos o conceito de música como sendo “combinação harmoniosa e expressiva de sons e como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras variáveis conforme a época, a civilização etc”.

É interessante observar que cada um dos aspectos ou elementos da música corresponde a um aspecto humano específico, ao qual mobiliza com exclusividade ou mais intensamente, por exemplo: o ritmo musical induz ao movimento corporal, a melodia estimula a afetividade; a harmonia ou a forma musical contribui ativamente para a afirmação ou para a restauração da ordem mental no homem.

Embora tenha sido sancionada em18 de agosto de 2008, a Lei Nº 11.769, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas de educação básica, essa lei ainda não está em vigor em muitas escolas. A aprovação da Lei foi sem dúvida uma grande conquista para a área de educação musical no País. No entanto, há grandes desafios que precisam ser enfrentados para que possamos, de fato, ter propostas consistentes de ensino de música nas escolas de educação básica, sendo que o principal deles é a falta de profissionais habilitados para trabalhar.

Embora tenhamos esta dificuldade para trabalhar a música efetivamente, como matéria em si, como linguagem artística, forma de expressão e um bem cultural. Como educadores, nas diferentes disciplinas, podemos usá-la como uma importante aliada no processo de ensino-aprendizagem, selecionar músicas que falem do conteúdo a ser trabalhado em sua área, isso vai tornar a aula dinâmica, atrativa, e vai ajudar a recordar as informações. Certamente, por meio da musicalização conseguiremos despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma maior consciência corporal e de movimentação.

Oportunizar atividades de escuta de músicas, contribui para ativar e desenvolver nas crianças a atenção, a concentração e a capacidade de análise e seleção de sons, especialmente nos dias atuais nos quais as possibilidades de desenvolvimento auditivo se tornam cada vez mais reduzidas, em função do predomínio dos estímulos visuais sobre os auditivos e o excesso de ruídos com que estamos habituados a conviver.

Precisamos aprender e ensinar nossos filhos e alunos não apenas a ouvir, mas a escutar. Segundo Celso Antunes, quem não tem problema auditivo ouve, mas escutar pressupõe ouvir com atenção e intenção. Que os sons da vida pulsem cada vez mais forte em todos nós!

sippert.luciane@gmail.com
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